Economia

Governo Lula terá responsabilidade fiscal e promoverá avanços sociais, diz Alckmin

Em evento do Grupo Esfera Brasil, o vice-presidente eleito não adiantou quem será o ministro da Fazenda no novo governo

O vice-presidente Geraldo Alckmin. Foto: Sergio Lima/AFP
Apoie Siga-nos no

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) defendeu, neste sábado 26, a capacidade do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva de combinar responsabilidade fiscal e responsabilidade social. Trata-se de uma resposta a setores do mercado que, nas últimas semanas, reagiram a declarações do petista sobre programas e políticas para combater a fome e a pobreza no Brasil.

Alckmin participa, nesta tarde, de um debate intitulado Os desafios da economia e o desenvolvimento nacional, promovido pelo Grupo Esfera Brasil, sob a gestão da nova CEO Camila Camargo, filha de João Camargo. Também participaram da mesa o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; e o empresário Abílio Diniz.

Questionado sobre quem será o ministro da Fazenda de Lula, Alckmin afirmou que “cada coisa vem a seu tempo” e que “temos de aguardar um pouquinho”. Como informa a edição desta semana da revista CartaCapital, Lula confidenciou a um interlocutor antes de embarcar para o Egito, neste mês, que tem um “plano A” para a economia: o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).

“Como sei que há uma preocupação fiscal, quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai errar. Mas, além disso, precisamos ter uma agenda de competitividade”, declarou o vice-presidente eleito no evento.

Segundo ele, a agenda passa, entre outros fatores, por educação de qualidade, especialmente no ensino básico; abertura comercial, “porque o Brasil precisa fazer mais acordos internacionais”; redução do custo de capital, “para atrair mais investimento”; estabilidade política e econômica; e desburocratização.

“Não vejo como incompatível ter responsabilidade fiscal e avanços de natureza social. Esse é o grande desafio: crescer e atrair investimento e, de outro lado, procurar melhorar a vida de quem sofre mais”, prosseguiu o pessebista.

Alckmin defendeu a promoção de crescimento com estabilidade, a fim de evitar uma disparada nos preços a atingir, especialmente, o mais vulneráveis.

“Não pode ter inflação, porque ela não é socialmente neutra, onera o mais pobre. E crescimento com sustentabilidade, porque não pode destruir o meio ambiente.”

Ele avaliou ainda que não há “uma bala de prata”, ou seja, uma única solução para resolver todas as pontas do desafio.

De um lado, julga ser necessário apostar em “boas políticas públicas, educação de qualidade e saúde de qualidade”. Para isso, reforçou, “vai precisar de mais recursos”.

Do outro, pregou eficiência econômica, competitividade e “um conjunto de reformas”.  Na sexta-feira 25, Fernando Haddad representou Lula em um evento da Federação Brasileira dos Bancos, a Febraban, e também forneceu “uma visão estratégica” do novo governo, com críticas ao teto de gastos e compromisso com reformas.

Segundo Haddad, Lula emitiu uma “determinação clara” de priorizar a reforma tributária. A primeira etapa do projeto diria respeito “a alguns tributos”, processo a ser seguido por “uma proposta de reformulação sobre renda e patrimônio, para completar o ciclo”. O petista pediu apoio do setor bancário à medida.

Entre os apoiadores da agenda promovida pelo Grupo Esfera Brasil está o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, investigado no âmbito da Lava Jato. Em nota enviada ao jornal O Globo, que divulgou a lista de patrocinadores, o Esfera Brasil afirmou que as empresas que dão suporte ao evento “são comprometidas com o desenvolvimento do Brasil”. Disse ainda causar “estranheza” uma tentativa de “criminalizar o seminário realizado com representantes de diversos setores da economia e do setor público para fomentar o debate democrático em busca de soluções para os desafios que o Brasil vai enfrentar nos próximos quatro anos”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo