Economia

Americanas contrata a Alvarez & Marsal para sua recuperação judicial

A consultoria norte-americana ganhou destaque ao contratar Sergio Moro após ele deixar o governo de Jair Bolsonaro

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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A Americanas acertou nesta segunda-feira 23 a contratação da Alvarez & Marsal para ajudar a coordenar o processo de recuperação judicial da varejista.

Segundo a empresa, a Alvarez & Marsal “atuará em coordenação com o Rothschild como interlocutor da companhia na renegociação da dívida financeira”.

“O objetivo da companhia é assegurar que a equipe executiva tenha todo apoio e ferramentas de referência no mercado para atingir os objetivos estratégicos do negócio”, acrescenta o comunicado, divulgado na forma de fato relevante.

Na última quinta 19, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, aceitou o pedido de recuperação judicial apresentado pela Americanas, que declarou dívidas de 43 bilhões de reais.

Desde o início do mês, a companhia tenta sair de uma espiral de problemas após a revelação de um rombo de 20 bilhões de reais em balanços de 2022 e de anos anteriores. A Americanas recorreu à Justiça para evitar que os bancos antecipassem a execução de dívidas.

Há, ao todo, sete procedimentos abertos pela Comissão de Valores Mobiliários para investigar a Americanas e seus administradores. Em um deles, a força-tarefa da autarquia decidiu mirar, também, os chamados “acionistas de referência”: os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

No último domingo 22, os três divulgaram uma nota na qual alegam que não tiveram conhecimento prévio do rombo e que nunca admitiriam quaisquer manobras ou dissimulações contábeis.

Nos últimos anos, a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal ganhou destaque no noticiário ao contratar Sergio Moro após ele deixar o governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2020. O ex-juiz recebeu 42,5 milhões de reais de empresas investigadas pela Lava Jato, segundo documentos em posse do Tribunal de Contas da União.

À época, Moro disse que nunca prestou “nenhum tipo de trabalho para empresas envolvidas na Lava Jato” e que trabalhou “com compliance e investigação corporativa, ou seja, ajudando e orientando empresas a construir políticas para evitar e combater a corrupção”.

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