Educação

Dono de escola via como uma ‘brincadeira’ amarrar as crianças, diz advogada

O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira se encontra preso temporariamente após denúncias de maus tratos

Créditos: Reprodução TV Globo
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Os donos de uma escola particular na zona sul de São Paulo, presos após denúncias de maus tratos a estudantes, disseram à defesa que os representa que não viam as condutas contra crianças como tortura.

“Eles não enxergam os atos ali praticados como tortura. Eles afirmam que nunca tiveram essa intenção. Nunca foi esse o fundamento da situação”, disse a advogada Sandra Pinheiro de Freitas à Folha de S. Paulo.

Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira devem cumprir prisão temporária de 30 dias, conforme determinou a Justiça. O casal ainda não foi ouvido pela Polícia.

A advogada acrescentou ainda que Mori relatou que via como uma brincadeira amarrar as crianças e que ele brincava assim na infância.

“Ele me relatou que aquele negócio de amarrar as crianças ele via como uma brincadeira. Ele brincava assim quando era criança. O grande problema também é como foi colocada cada foto. Como foi colocado cada vídeo. Tudo isso vai ter que ser analisado no processo”.

A advogada defendeu que seja feita uma apuração profunda do caso, para esclarecer se não havia uma brincadeira anterior, e só depois a criança tenha começado a chorar.

“A tortura em si, ela tem um contexto muito complementar. Você precisa ter um ideal muito forte para você praticar a tortura. A tortura, ela não se faz por si só. Ela tem que ter todo um contexto de redução, de humilhação, ela tem que ter toda uma história por trás”.

O delegado que está à frente do caso, Fábio Daré, titular do 6° DP (Cambuci) afirmou que os registros mostram “situações vexatórias” e que há indícios de violência psicológica contra as crianças. A Polícia já ouviu um total de 12 mães e duas funcionárias, que afirmaram discordar da conduta dos proprietários. A suspeita, segundo o delegado, é de que apenas os donos agrediram as crianças, uma vez que não há indícios da participação de professores.

O casal segue preso em carceragens separadas. Mori Kawano 8° DP (Brás) e Andrea Carvalho Alves Moreira no 6° DP (Cambuci).

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