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Hacker da Vaza-Jato é preso novamente pela PF por descumprir medidas judiciais
Walter Delgatti Neto descumpriu a condicionante de não utilizar a intenet; os agentes também afirmaram que ele não foi encontrado nos endereços indicados à Polícia Federal
O hacker Walter Delgatti Neto, que ficou conhecido em 2019 por invadir perfis no aplicativo Telegram e vazar mensagens de procuradores da Operação Lava-Jato, foi preso novamente, na terça-feira 27, pela Polícia Federal, em São Paulo.
Segundo a PF, Delgatti descumpriu ordens judiciais definidas como condicionantes à sua liberdade provisória, como a de não usar a internet. Os investigadores identificaram que o hacker criou um e-mail ligado à sua conta bancária para angariar doações via Pix. O acesso ao endereço eletrônico teria sido criado em setembro, outubro e novembro de 2022. Há também uma conta criada em um site de compras e outro endereço eletrônico para realizar backups em nuvem.
No pedido de prisão, consta ainda que o hacker não podia ser encontrado nos dois endereços que forneceu à Justiça, em Araraquara e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O Ministério Público Federal apontou estar “claro que Walter Delgatti Neto, além de não ter interrompido o seu acesso à internet, deixou propositalmente de atualizar seu endereço perante a Justiça Federal, tendo apenas deixado seu contato com um porteiro do edifício de onde se mudou há mais de três meses, sem informar outro endereço correto, o que evidentemente demonstra o intuito de se ocultar de eventual decisão judicial”.
A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. Delgatti passou por audiência de custódia para verificar a legalidade da medida.
O hacker já tinha sido preso preventivamente de julho de 2019 a setembro de 2020 por causa da invasão do aplicativo Telegram, que resultou na Vaza-Jato. Ele responde a uma ação penal onde é acusado de interceptação telefônica ilegal (por 126 vezes) e invasão de dispositivo informático (por 176 vezes), crimes que, considerados individualmente, têm pena máxima de quatro anos de prisão.
Em nota, a defesa de Delgatti informou que vai entrar com novo requerimento pela liberdade provisória de seu cliente
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