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‘Economist’ defende vitória de Lula contra Bolsonaro no segundo turno: ‘Só Lula pode impedí-lo’

A revista britânica defendeu aceno ao centro sugeriu alguns gestos do petista para atrair eleitores indecisos

Lula durante o debate da Globo. Foto: Ricardo Stuckert
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A revista britânica The Economist publicou um texto, nesta terça-feira 4, em que defende a aproximação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o centro, para vencer a eleição contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O artigo, sem assinatura e publicado na seção de opinião Leader, diz que Bolsonaro “mente tão facilmente quanto respira” e que “não faz nenhum esforço para impedir a destruição da Floresta Amazônica”. Também acusa o presidente de ter dedicado um “tratamento vergonhoso” à Covid-19, de minar a democracia e de incitar “abertamente” a violência.

Porém, o artigo cita “temores razoáveis” em relação a Lula: “que ele possa ser muito brando com a corrupção e muito esquerdista na economia”. Também afirma que o petista “tem alguma responsabilidade política” sobre o esquema investigado pela Lava Jato e diz que ele “nunca se desculpou” pelo caso.

Na opinião do veículo, “para convencer os eleitores indecisos de que podem confiar em sua prosperidade futura, Lula deve se aproximar do centro” e “nomear publicamente um economista moderado para ministro da Fazenda”.

A revista também afirma que Lula “deve garantir aos agricultores que não tolerará invasões de terras organizadas por movimentos sociais próximos ao seu partido” e sublinha que “isso não é tão comum quanto os proprietários de terras afirmam, mas amplamente temido”.

Além disso, diz que Lula “deveria prometer não nacionalizar nenhuma indústria” e “parar de brincar com a ideia perigosa de interferir na liberdade de imprensa do Brasil”.

Ao fim, o editorial defende a candidatura de Lula.

“Um segundo mandato para um homem assim [Bolsonaro] seria ruim para o Brasil e para o mundo. Só Lula pode impedir. Reivindicar o campo do centro é a melhor maneira de fazê-lo”, finaliza.

Aliados de Lula, porém, têm defendido que o ex-presidente já tem feito esses gestos.

Um deles teria sido a aliança com Geraldo Alckmin (PSB), adversário de 2006. Outra busca do PT, já no 1º turno, foi na área do agronegócio: Neri Geller (PP-MT) e Cárlos Fávaro (PSD-MT), expoentes da bancada ruralista, manifestaram apoio a Lula e chegaram a lhe oferecer um agro training para dialogar com produtores rurais.

Também citam reuniões do PT com lideranças tucanas e ensaiam a aproximação com candidatos a governador no 2º turno, como Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) em Mato Grosso do Sul e Raquel Lyra (PSDB) em Pernambuco.

Lula também queria obter o apoio de Rodrigo Garcia (PSDB) em São Paulo, mas o tucano declarou apoio a Bolsonaro. Na segunda-feira 3, o ex-presidente disse que quer conversar com “todas as forças políticas que tenham voto e representatividade”.

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