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‘A História não vai perdoar aqueles que não defendem a democracia’, diz Luiz Fux
Prestes a deixar a presidência do STF, o magistrado elencou como um de seus momentos mais delicados junto à Corte o contexto do 7 de setembro de 2021
Prestes a deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Fux, fez uma análise positiva de sua gestão à frente da instância do judiciário e considerou como um dos momentos mais delicados junto à Corte o contexto do 7 de setembro do ano passado, dia em que Bolsonaro levou seus apoiadores às ruas com um forte apelo antidemocrático, de ataque às instituições.
“Esperávamos que os manifestantes chegassem no dia 7. Eles nos surpreenderam chegando no dia 6. Havia um número expressivo de pessoas, muitos caminhões. Havia veladamente uma informação de que tentariam chegar perto do Supremo. Um grupo radical falava em invadir o Supremo. Posso diagnosticar este como o momento mais delicado. Tivemos que passar a madrugada acordados e vigilantes para que não houvesse nenhum incidente”, revelou o magistrado em entrevista ao O Globo, publicada neste domingo 21.
Questionado sobre se a preocupação em torno da data se mantem para este ano, o ministro disse que pelas informações de inteligência do STF não há motivos para aumentar a segurança mas que, em caso de repetição dos episódios de 7 de setembro de 2021, estão preparados.
“Se houver manifestações orais ofensivas ao Supremo, estarei no dia 8 no plenário para defender o Poder Judiciário, as instituições brasileiras e a higidez da nossa democracia. A democracia brasileira está solidificada, e a soberania popular é algo que já está introjetado na mente do povo.
Ainda durante a entrevista, Fux falou sobre o discurso de posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral e considerou que sua fala demonstrou muita firmeza. “O simbolismo (do evento) é que o Brasil vai realizar as eleições através de urnas hígidas, de um sistema eleitoral insuspeito e acima de tudo num clima de paz. Quem ganhar as eleições vai levar”, declarou.
Sobre a participação das Forças Armadas no pleito eleitoral, o ministro disse que o que tem saído de suas conversas com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, é que eles são garantidores da democracia. “A História não vai perdoar aqueles que não defendem a democracia”, cravou o magistrado, que também fez uma defesa às urnas eletrônicas, ao afirmar que o ‘Brasil não aceita mais retrocessos’.
“As urnas eletrônicas são motivo de orgulho, pois resolveram o problema das fraudes, e os ataques são indevidos”.
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