CartaExpressa
PF pede ao STF para investigar deputada do PL que organizou caravana para atos golpistas
Se for autorizado, ela seria a primeira política a ser investigada por envolvimento direto na organização dos atos; os demais investigados são suspeitos de incentivarem o terrorismo
A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito para investigar a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), apontada como uma das organizadoras das caravanas para os atos golpistas do dia 8 de Janeiro. A participação dela no caso foi revelada em um depoimento de uma das pessoas presas em Brasília.
Segundo Gizela Cristina Bohrer, uma mulher de 60 anos residente do Mato Grosso e presa por participar dos atos golpistas do dia 8 de Janeiro, ela foi a Brasília para participar dos protestos em uma caravana montada pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e outros dois políticos sem mandato no estado. O depoimento foi revelado pelo site UOL na semana passada.
Com base nas acusações, a PF pede então que o STF autorize a abertura do inquérito para apurar, de fato, a ligação da parlamentar bolsonarista com os atos golpistas. O pedido está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes.
Se for autorizado, ela se junta ao grupo de parlamentares que já são investigados por participação no 8 de Janeiro. Até aqui, o ministro já autorizou investigações contra os deputados federais André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP). Há ainda investigações contra quatro políticos da Paraíba: o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), o ex-candidato a governador Nilvan Ferreira (PL), o deputado estadual Walber Virgolino (PL) e a vereadora Eliza Virgínia (PP), de João Pessoa.
É importante citar que todos os políticos investigados até aqui são suspeitos de incentivar os atos de vandalismo. Coronel Fernanda, portanto, seria a primeira a ter o envolvimento direto na organização dos protestos violentos.
A deputada, que pode se tornar alvo da investigação, nega as acusações. Ao UOL, site que revelou o depoimento da bolsonarista presa, ela admitiu conhecer a mulher, mas disse que não organizou as viagens do Mato Grosso para Brasília.
Relacionadas
CartaExpressa
PF não indicia Bolsonaro por importunação de baleia no litoral de São Paulo
Por CartaCapitalCartaExpressa
Reprovação ao STF caiu 10 pontos desde dezembro, aponta Datafolha
Por CartaCapitalCartaExpressa
Curto-circuito pode ser a causa de incêndio em prédio em construção no Recife
Por CartaCapitalCartaExpressa
Irmão de Bolsonaro vira réu por homofobia e ameaça em supermercado de São Paulo
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.