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Marina Silva: Bolsonaro na ONU causa vergonha, indignação e isolamento cada vez maior

A CartaCapital, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que o presidente é ‘um especialista em sofismar e em distorcer a verdade’

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da 76ª Assembleia-Geral das Nações Unidas trouxe ao Brasil “o prejuízo da vergonha, da indignação e do isolamento cada vez maior”. A avaliação é da ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, que concedeu entrevista ao canal?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> de CartaCapital no YouTube nesta sexta-feira 24.

“Num momento difícil como esse, o presidente quer mostrar que o Brasil é um país que não respeita o meio ambiente, os direitos humanos e os povos indígenas – porque ele mesmo disse que os povos indígenas estavam doidos para produzir atividades agrícolas nos seus territórios”, criticou. “É um saldo negativo e vergonhoso”.

Segundo Marina Silva, o ex-capitão é “um especialista em sofismar, em distorcer a verdade”.

“E, nesse caso, alegando que houve uma queda no desmatamento comparando agosto deste ano com agosto do ano passado, ele só não diz que, mesmo assim, o desmatamento é muito alto – e muito alto comparado com o desmatamento de antes do governo dele, agosto de 2018”.

Nas Nações Unidas, Bolsonaro afirmou que “tivemos uma redução de 32% do desmatamento [na Amazônia] no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior”. No entanto, a área desmatada em agosto mais do que triplicou em 2019, o primeiro ano do governo Bolsonaro, e seguiu elevada em 2020. Os 918 quilômetros quadrados desmatados em agosto deste ano representam uma área 75% maior que a de agosto de 2018. E mais: no primeiro semestre deste ano, a área sob alerta de destruição na Amazônia foi a maior dos últimos seis anos.

Segundo a ex-ministra, “houve uma diminuição das ações de fiscalização, de aplicação de multas e de autuação durante o governo Bolsonaro que é assustadora quando se faz uma comparação com o que acontecia nos governos anteriores”.

Assista à íntegra da entrevista:

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