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Auditoria via streaming? Rádios não são obrigadas a veicular inserção política na internet

Questões técnicas da transmissão digital também expõem potenciais problemas do monitoramento

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A pretensa auditoria enviada pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) ao Tribunal Superior Eleitoral mostra limitações ao tentar comprovar irregularidade na veiculação de inserções do ex-capitão no segundo turno.

A metodologia escolhida para monitorar as emissoras de rádio se baseia no streaming, modelo em que não é obrigatória a transmissão de propaganda política. Nas concessões públicas, a veiculação é mandatória.

A empresa Audiency Brasil Tecnologia LTDA. se apoia em um algoritmo que captura o áudio emitido “pelo streaming público das emissoras”. Na sequência, “transforma-o em dados binários e processa os arquivos binários comparando-os com áudios cadastrados no banco de dados da plataforma por espelhamento”.

Depois de o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, cobrar detalhes sobre as acusações, a campanha bolsonarista encaminhou um novo documento com oito exemplos de emissoras da Bahia e de Pernambuco que teriam deixado de exibir inserções de Bolsonaro.

Além do fato de as emissoras não serem obrigadas por lei a transmitir propaganda política na internet, questões técnicas expõem potenciais problemas da suposta auditoria. Uma falha na transmissão via internet a interromper parcialmente a programação de uma emissora, por exemplo, pode impactar o algoritmo utilizado pela campanha.

Há, ainda, o papel da própria equipe de Bolsonaro. Das oito rádios mencionadas no documento, quatro afirmaram ao jornal O Globo, nesta quarta-feira 26, não ter recebido as inserções produzidas pelo PL.

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