Justiça

TSE deve julgar na terça se mantém minuta golpista em ação pela inelegibilidade de Bolsonaro

O processo, apresentado pelo PDT, se baseia na reunião do então presidente com embaixadores em julho de 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: JOE RAEDLE/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
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O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, adiou o julgamento no plenário do TSE sobre sua decisão de rejeitar um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e manter em uma investigação a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

A análise começaria nesta quinta-feira 9, mas foi reagendada a pedido da defesa do ex-capitão. A tendência é de que os ministros votem na próxima terça 14.

A decisão foi tomada no âmbito de uma apuração sobre a reunião promovida por Bolsonaro com embaixadores, em julho de 2022, na qual o então presidente e candidato à reeleição repetiu mentiras sobre o sistema eleitoral. A ação de investigação judicial eleitoral foi protocolada pelo PDT.

No despacho em que confirmou a inclusão da minuta no processo, Gonçalves aponta que “os resultados das eleições presidenciais de 2022, embora fruto legítimo e autêntico da vontade popular manifestada nas urnas, se tornaram alvo de ameaças severas”.

“Passado o pleito, a diplomação e até a posse do novo Presidente da República, atos desabridamente antidemocráticos e insidiosas conspirações tornaram-se episódios corriqueiros”, prosseguiu. “São armas lamentáveis do golpismo dos que se recusam a aceitar a prevalência da soberania popular e que apostam na ruína das instituições para criar um mundo de caos onde esperam se impor pela força.”

Gonçalves sustenta que a minuta golpista “se conecta às alegações iniciais da parte autora” porque o discurso de Bolsonaro a embaixadores “era parte da estratégia de campanha consistente em lançar graves e infundadas suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação”.

Segundo o ministro, a defesa do ex-presidente busca “um esvaziamento” da ação do PDT, a fim de “tutelar bens jurídicos de contornos muito complexos, como a isonomia, a normalidade eleitoral e a legitimidade dos resultados”.

Ao acionar o TSE, o partido afirmou que a minuta é um “embrião gestado com pretensão a golpe de Estado” e pode “densificar os argumentos que evidenciam a ocorrência de abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito”.

A ação do PDT, oficializada em agosto do ano passado, defende a inelegibilidade de Bolsonaro pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A reunião com os embaixadores teve transmissão da TV Brasil.

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