Política

Em São Paulo, Lula acena para a frente ampla: ‘Não será um governo do PT’

Segundo o candidato petista, a sociedade precisa ‘ter consciência de que é agora, ou a gente vai se arrepender pelo resto da vida’

Ato com o ex-presidente Lula em São Paulo em 24 de outubro. Foto: Miguel Schincariol/AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, participou na noite desta segunda-feira 24 de um evento com aliados políticos, artistas e intelectuais no Teatro Tuca, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A agenda, chamada de Ato em defesa da democracia e do Brasil, foi organizada pelo Grupo Prerrogativas e pelo Movimento PUC-SP pela Democracia.

Marcaram presença, entre outros, o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); a senadora Simone Tebet (MDB); o candidato do PT ao governo paulista, Fernando Haddad; e a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).

Em seu discurso, Lula afirmou que, se eleito, não chefiará “um governo do PT”, mas uma gestão que irá “além” do partido.

“Tem muita gente que nunca foi do PT participando do meu governo”, disse o petista ao relembrar seus dois mandatos. “E será assim. Não será um governo do PT, será um governo do povo brasileiro. E um governo com muita seriedade.”

Segundo Lula, a sociedade precisa “ter consciência de que é agora, ou a gente vai se arrepender pelo resto da vida”. Ele mencionou o “retrocesso” imposto ao País após o fim dos governos petistas e se comprometeu com a reativação da economia e das políticas afirmativas.

“Este País tem uma dívida com o povo pobre, com o povo negro, com as mulheres, com os indígenas. E nós temos de pagar essa dívida fazendo políticas de inclusão social.”

Em uma crítica indireta ao Teto de Gastos – na frente do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles -, Lula afirmou que “a gente não faz uma lei dizendo que tem de ter responsabilidade fiscal”.

“O Meirelles sabe que a gente teve responsabilidade fiscal”, prosseguiu o ex-presidente. Ele ainda afirmou não haver “milagre para governar um País, muito menos em economia”, e que “as coisas têm de ser feitas com muita seriedade e tranquilidade”.

Ao criticar Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que o presidente “não conversa com sindicato, com trabalhador, com movimento negro, com movimento de mulheres, com empresários sérios, com ninguém que represente as aspirações da sociedade brasileira”.

“É um cidadão anormal, um mentiroso compulsivo. Ele não respeita que do outro lado da câmera tem uma criança ou uma idosa ouvindo”, acrescentou. “Estou muito confiante, porque acho que o Brasil nunca precisou tanto de nós quanto agora. Temos um compromisso com este País.”

Uma pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada nesta segunda aponta que Lula lidera por 7 pontos a disputa pela Presidência da República no segundo turno contra Bolsonaro.

A 6 dias da eleição, o petista marca 50% das intenções de voto, ante 43% do ex-capitão. Brancos e nulos são 5%, enquanto 2% não sabem ou não responderam. Nos válidos, o petista lidera por 54% a 46%.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo