Política

Rádios afirmam não ter recebido propagandas da campanha de Bolsonaro

O ex-capitão acionou o TSE sob a alegação de que emissoras teriam deixado de veicular as inserções obrigatórias

Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Apoie Siga-nos no

Quatro das oito emissoras acusadas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não transmitir as propagandas eleitorais do candidato afirmam não ter recebido as inserções. 

Em denúncia apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral, a campanha bolsonarista apontou que oito emissoras teriam deixado de veicular um total de 760 inserções do ex-capitão na última semana. 

A rádio Extremo Sul, de Itamaraju (BA), declarou ter levado ao ar todas as peças recebidas, mas indicou que o envio das propagandas foi irregular. Ao jornal O Globo, o programador Jean Batatinha afirmou que a campanha de Bolsonaro “às vezes mandava dia sim, dia não”.

Em nota, a rádio Viva Voz, da Várzea da Roça (BA), também apontou o envio irregular do material pela campanha.

“Recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10”, disse a emissora.

Outras duas rádios – a Povo de Feira de Santana (BA) e a Povo de Poções (BA) – afirmaram ter veiculado todo o material recebido.

Outra emissora “denunciada” pelo presidente, a Rádio da Bispa, de Recife (PE), publicou uma nota nas redes sociais afirmando ser vítima de fake news. 

“Está sendo veiculada informação falsa, informando que a Rádio da Bispa é a 97.1 FM. Essa informação é mentirosa, nossa frequência é 98.7 FM e estamos em dias com o Tribunal Eleitoral. Veiculamos todas as inserções que são enviadas para nós, e estamos fazendo nossa parte.”

Em depoimento à Polícia Federal, o servidor exonerado do TSE Alexandre Machado afirmou ter recebido um e-mail da rádio JM Online em que a emissora admitiria que, entre 7 e 10 de outubro, teria deixado de veicular 100 inserções da coligação bolsonarista. 

O relato foi feito após a demissão. A Corte justificou o afastamento do funcionário devido a atitudes com falta de isenção e de transparência politica em sua função. 

Conforme nota da emissora citada pelo servidor, porém, “no início do segundo turno das eleições presidenciais os mapas e materiais de uma das campanhas [da de Bolsonaro] deixaram de ser enviados” e “tal fato foi detectado no dia 10 de outubro, oportunidade em que a emissora questionou a Justiça Eleitoral, por telefone, solicitando orientação sobre as medidas a serem adotadas”. 

A emissora ainda afirma ter entrado em contato com o PL, “expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por e-mail, a exemplo do que ocorreu no primeiro [turno] “.

Depois de procurar o partido, a rádio ainda consultou o TSE, a fim de obter orientação sobre como proceder. Segundo a nota da emissora, o material passou a ser enviado pela sigla do ex-capitão após o questionamento. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo