Política

Lula faz pausa em agenda intensa para se submeter a cirurgia no quadril

O presidente terá que permanecer em Brasília por pelo menos quatro semanas após o procedimento; no período, ele não se afastará da Presidência e despachará do Alvorada, residência oficial

Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá entrada, nesta sexta-feira (29), ao Hospital Sírio Libanês de Brasília, para se submeter a uma cirurgia de quadril, que o obrigará a reduzir sua intensa agenda oficial por várias semanas.

Nove meses depois de assumir seu terceiro mandato, Lula, que fará 78 anos em 27 de outubro, se submeterá a uma “artroplastia total de quadril” devido a uma artrose, que lhe causa fortes dores há pelo menos um ano.

Após a cirurgia, o presidente deverá permanecer hospitalizado até a terça-feira e em momento algum passará o cargo ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, informou à AFP um assessor da Presidência.

A operação, que durará várias horas, e será realizada com anestesia geral, consiste na colocação de uma prótese híbrida, com uma parte fixada com cimento ósseo e outra encaixada diretamente no osso.

Nos últimos dias, a agenda do presidente foi reduzida e, esta semana, ele adiou uma viagem a São Paulo por recomendação médica, confirmou à AFP uma fonte da Presidência.

Lula disse estar “muito otimista” sobre a cirurgia e afirmou que vai poder trabalhar normalmente durante sua recuperação, que fará no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Mas precisará frear sua agitada agenda de viagens e permanecerá em Brasília por pelo menos quatro semanas.

Se tudo correr conforme o previsto, espera-se que Lula retome as viagens internacionais e assista, ao final de novembro, à Conferência da ONU sobre o Clima, COP28, nos Emirados Árabes Unidos.

Lula sofre de artrose no quadril direito, um desgaste na cartilagem que reveste as articulações e pode limitar os movimentos.

Na segunda-feira, ele revelou que começou a sentir dores na cabeça do fêmur em agosto do ano passado, durante a campanha eleitoral às presidenciais de outubro, quando derrotou Jair Bolsonaro.

Desde então, os sintomas se intensificaram, causando-lhe dificuldades para dormir, sentar-se ou ficar de pé, e o deixam de “mau humor”.

Sem muletas à vista

Mas, o presidente decidiu adiar a cirurgia, temendo – segundo ele próprio admitiu – passar uma imagem de fragilidade. Ao contrário, assumiu o comando de uma diplomacia hiperativa e deu a volta ao mundo para se reunir com líderes estrangeiros e participar de encontros multilaterais.

Internamente, manteve o mesmo ritmo: visitou vários estados do país, discursou e participou semanalmente de seu programa, “Conversa com o Presidente”, transmitido nas redes sociais.

Nas próximas semanas, provavelmente terá que caminhar com ajuda de um andador, embora tenha dito que por conselho de seu fotógrafo oficial, não aparecerá em público usando o acessório.

“Você não vai me ver de andador, não vai me ver de muleta, vão me ver sempre bonito, como se não tivesse sido operado”, afirmou, em meio a risos, na terça-feira.

Ex-fumante, Lula foi diagnosticado em 2011 com câncer de laringe, do qual teve remissão total no ano seguinte, após se submeter a rádio e quimioterapia.

Em março passado, precisou adiar uma viagem à China por causa de uma pneumonia.

Seu antecessor, o ex-presidente Bolsonaro, de 68 anos, foi hospitalizado várias vezes durante seu mandato, especialmente para tratar as sequelas da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.

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