Sociedade

Rio: Operação policial em São Gonçalo deixa 13 mortos; Anistia Internacional vê ação ‘desastrosamente letal’

Segundo levantamento do projeto Monitor da Violência, 1.356 pessoas morreram em 2021 no estado do Rio pelas mãos das forças policiais

Foto: Reprodução/TV Globo
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Uma operação policial deixou 13 mortos em confrontos com supostos traficantes no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana de Rio de Janeiro, entre eles o líder de uma facção que atua no Pará.

“São dois indivíduos presos e farto armamento apreendido”, informou Fabrício Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 23. “Foi uma operação de muita violência por parte deles”, acrescentou, em referência aos suspeitos de integrarem uma facção criminosa “que utiliza táticas militares e de guerrilha”.

Em meio ao intenso tiroteio, duas moradoras da comunidade ficaram feridas, mas estão “fora de perigo”, segundo o porta-voz da Polícia Civil.

Além da participação de efetivos da Polícia Civil, a ação contou com apoio do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio e de policiais paraenses. O objetivo era a captura “de integrantes do Comando Vermelho do estado do Pará que se abrigavam na localidade”, segundo uma nota emitida no início da tarde desta quinta pela corporação.

Imagens exibidas na televisão mostraram blindados da PM transitando nas ruas do Complexo do Salgueiro. Ao cair da tarde, as forças de segurança continuavam posicionadas no acesso à comunidade, constatou a AFP.

Entre os mortos está “a principal liderança da maior organização criminosa que atua no Pará”, informou o governador paraense, Helder Barbalho (MDB), no Twitter.

“Leonardo Araújo, conhecido como ‘L41’, foragido da Justiça, morreu em confronto com os agentes de segurança”, escreveu.

Segundo a Polícia Civil fluminense, a organização liderada por ele é a principal responsável pela morte “de mais 40 policiais” do Pará desde 2021.

A ação também visava outras lideranças “envolvidas nos ataques recentes a comunidades da Zona Oeste do Rio”, onde vários veículos foram incendiados na quarta-feira.

‘Desastrosamente letal’

A Anistia Internacional Brasil criticou o governo do estado do Rio por ter a “institucionalização da política de extermínio” como “marca registrada” em uma operação “desastrosamente letal” em São Gonçalo.

“Até quando a população periférica, favelada e negra do estado do Rio de Janeiro terá que suportar a política de guerra que orienta as polícias do Rio?”, questionou a ONG em tuíte.

Segundo o levantamento do projeto Monitor da Violência, 1.356 pessoas morreram em 2021 no estado do Rio de Janeiro pelas mãos das forças policiais, que são as que mais matam e morrem no País.

Por sua vez, o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), escreveu no Twitter que “dois bandidos que chefiavam facções criminosas no Sergipe e no Pará foram capturados”.

“Graças a um trabalho integrado e de inteligência das polícias Civil e Militar, os criminosos foram localizados na Maré e em São Gonçalo”, acrescentou Castro, ao também se referir a outra operação realizada anteriormente no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

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