Esther Solano

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Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Complutense de Madri e professora de Relações Internacionais da Unifesp

Opinião

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Confesso que sou um pouco fofoqueira. Minto. Sou bastante fofoqueira. Sempre digo que estudei Sociologia por ser uma forma um pouco mais glamourosa de bisbilhotar a vida alheia ou, ao menos, uma forma de legitimar o gosto pela indiscrição. Algo que adoro fazer é me sentar em algum lugar e observar as pessoas. Poderia observar durante horas como caminham, olham, comem, o que falam, como se olham, como se escutam ou como não se escutam. Adoro ver os movimentos, olhar nos olhos. Gosto de dissecar, com um bisturi invisível, as anatomias sociais.

Às vezes vou aos lugares que a elite brasileira frequenta: shopping, bairro dito nobre, loja de luxo. Minha condição de imigrante europeia branca faz com que ninguém nunca pergunte o que faço numa loja na qual nunca compro nada. Essa mesma loja que logo assume que um homem negro a ultrapassar a porta só pode ser um assaltante. Infiltro-me entre eles, observo, escuto, me aproximo e tento entender o comportamento tão perturbador que enxergo em muitos deles. Tão gélido, tão impassível diante do sofrimento. Quero entender essa falta de alma.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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